domingo, 22 de maio de 2011

Água: Fonte de Vida

“Em todas as culturas, civilizações e religiões, a água é alçada a uma natureza de símbolo. Ela é muito mais do que um elemento utilitário e necessário à vida. Ela tem uma força simbólica, algo que congrega e segura nela mesma os desejos e as fantasias mais profundas da alma humana.”


Adélia Prado


Um pouco de História...

   Desde os tempos primitivos a água tem sido usada como veículo de cura, purificação, limpeza, nutrição e hidratação.

   Desenhos rupestres e pinturas murais mostram a relação estreita que o homem primitivo mantinha com a água. A água era considerada, pelos povos antigos, um remédio que a Natureza generosamente oferecia. A maioria das culturas antigas conheciam e praticavam a hidroterapia.

   A Índia sustenta que a sua população não se perdeu nem degenerou ao longo dos milênios da sua história porque soube conservar e transmitir a antiga sabedoria védica, que prezava pelo contato íntimo com a Natureza. A filosofia indiana atribui a vitalidade da água à energia vital denominada prana – presente em abundância na água e no ar, e sobretudo, na associação destes dois elementos, isto é, na água em movimento.

   No Egito antigo, os sacerdotes tinham extrema consideração pela terapia da água. Os persas consideravam o banho um ato sagrado. Os gregos purificavam-se com água antes de oferendas religiosas, além de considerá-la terapêutica.

   O próprio Hipócrates, considerado o “pai da medicina” enunciou sua teoria dos humores e prescrevia variadas formas de terapia com banhos frios seguidos de movimento, vapores, compressas quentes e úmidas, cataplasma de lama, duchas, pachos. A civilização grega trouxe o início da utilização das práticas hidroterápicas. E estes recursos terapêuticos são ainda hoje usados para a promoção, recuperação e manutenção da saúde.

   O emprego dos banhos teve seu apogeu na Idade Antiga com o Império Romano: em toda a sua extensão de domínio encontravam-se as Thermas, que possuíam dois objetivos: curar e revigorar tropas e a população local; e propiciar às famílias ricas repouso e divertimento.

   Na Idade Média, muitos conhecimentos de hidroterapia perderam-se, devido ao conceito de corpo equivalente a pecado. Em certos ambientes sociais chegava a ser considerado pouco elegante lavar-se com água, ou usar água como bebida.

   No século XVII, na Europa, ressurge a hidroterapia. Alguns nomes marcantes na história da hidroterapia: Johann Siegmund Hahn e Hunfeland que retomaram a teoria dos humores de Hipócrates, voltando a colocar em prática seus ensinamentos; Priessnitz e Kneipp, que ampliaram as técnicas de aplicação hidroterápica; e também Wilhelm Winternitz que contribuiu na promoção da hidroterapia.


Na Prática...

   A água pode ser utilizada como veículo terapêutico tanto externamente quanto internamente (pela sua ingesta); em seus estados sólido, líquido e gasoso. De modo geral, a água pode atuar através de estímulos térmicos, mecânicos, por reação e por reflexo. E através destes estímulos a hidroterapia possui dois principais objetivos: o de desintoxicar e o de revigorar o organismo. (DALLA,2000).

   Por fim, pode-se dizer que existem diversas formas de se usar a água como elemento terapêutico. O termo hidroterapia engloba todas elas, mas no trabalho da Naturologia Aplicada podem ser diferenciadas algumas formas distintas de utilização da água nos processos terapêuticos:

  • Duchas quentes, frias ou mornas;
  • Compressas úmidas;
  • Pachos (envoltórios);
  • Inalação/vaporização;
  • Crioterapia (aplicação de gelo ou água muito fria);
  • Talassoterapia (utilização dos recursos marinhos);
  • Crenoterapia/Termalismo (utilização das águas termais/minerais tanto externa quanto internamente)

   Apesar de a hidroterapia ser uma prática natural complementar, deve-se lembrar de algumas recomendações/precauções e contra-indicações:

  • Inspecionar o local onde será aplicada a hidroterapia, observando a sensibilidade (queimaduras, dermatites...) e a condição circulatória (varizes, úlceras).
  • Sempre que possível, realizar escovações com bucha vegetal na área a ser tratada a fim de estimular circulação local e retirar células mortas que dificultem a absorção de água ( e outros elementos adicionados) pela epiderme.
  • De maneira geral, iniciar o tratamento de forma gradual, com temperaturas amenas, evoluindo-se até alcançar a temperatura almejada, principalmente em crianças e idosos.
  • Por ser uma prática que visa a saúde do indivíduo, solicitá-lo que diminua a ingesta de bebida alcoólica e fumo, ao menos antes e após as aplicações hidroterápicas.
  • Após aplicações quentes, submeter o indivíduo a uma ducha ou compressa fria, no intuito de reequilibrar a temperatura corpórea.
  • Não há necessidade de se enxugar com fricção após aplicação de hidroterapia, basta apenas que se passe levemente a toalha, no intuito de retirar o excesso de água.






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